Carta MCC Brasil - Jan 2013 (161ª.)
“Aquele que está sentado no trono disse:
“Eis que faço novas todas as coisas”.
Depois, ele me disse:
“Escreve, pois estas palavras são dignas de fé e verdadeiras” (Ap 21,5)
Amado leitores e leitoras, saudando-os fraternalmente neste início de um novo ano, espero, com mais esta Carta, “escrever-lhes palavras dignas de fé e verdadeiras”!
Notícia:
sendo estas nossas Cartas dirigidas especialmente ao Movimento de
Cursilhos de Cristandade do Brasil e aos seus participantes, comunico a
todos que no próximo dia 10 de janeiro, no escritório do Movimento, em
São Paulo, tomará posse a nova Coordenação Nacional eleita pela última
Assembleia Nacional e cuja gestão será, de acordo com o Estatuto do MCC
do Brasil no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2016. É urgente,
portanto, que todos peçamos a Deus que, pelo Espírito Santo, ilumine e
fortaleça o novo Grupo Executivo Nacional do MCC para que, sensível aos
sinais dos tempos, saiba orientar o Movimento em busca do seu carisma
original e em plena comunhão com a Igreja. Referida esta importante notícia, passemos às nossas habituais reflexões.
Mais
um ano na história da humanidade ficou para trás. Projetos traçados,
não realizados; esperanças acalentadas, frustradas; sonhos sonhados,
esfumaçados; “profecias” amplamente propagadas (e, infelizmente, por
muitos acreditadas!), um fiasco... em fim, o mundo não acabou no dia 21
de dezembro! E segue a história o seu curso. Curso que, nos nossos
tempos, se caracteriza pelas surpreendentes – ou nem tanto, sobretudo
para os jovens – e aceleradas transformações e mudanças. Estamos já
quase cansados de ouvir que já não se trata de uma época de mudanças e,
sim, de mudança de época: mudanças radicais de mentalidade, de costumes,
de posturas, de modos de relacionamento, etc.. Contudo e apesar de
tudo, seguem - homens e mulheres -, desde sempre enredados nas mesmas
perguntas nunca definitivamente respondidas: quem sou eu? donde vim?
para onde vou? Não obstante, há
que se começar tudo de novo, pelo menos no calendário da sucessão dos
tempos. E nós, seguidores de Jesus pelos caminhos da história, qual
seria o ponto de partida para dar resposta a estas perguntas? Que olhar
lançamos nós sobre esta mudança de época? Continuaremos na mesmice e na
rotina de sempre?
Nosso olhar haverá de ser o olhar do próprio Deus, isto é, o olhar da fé. É “Aquele que está sentado no trono” que os diz: “Eis que faço novas todas as coisas”. Esta palavra é dirigida a todos os que creem, a todos convidando, neste início de ano, neste Ano da Fé, para uma renovação radical. “Fazer novas todas as coisas”, isto é, renovar-se mantendo acesa a chama da esperança. Como?
1. Renovar a mente ou, melhor diria, a mentalidade.
A mentalidade é a determinante de nossas decisões e de nosso modo de
agir, é maneira com que pensamos. Em outras palavras, renovar a
mentalidade e iluminá-la com a Palavra significa converter-se. A cada
novo dia, a cada manhã, a cada hora, a cada minuto... a Palavra é a
única agente de transformação contínua para os que têm fé. Portanto, o
fiel seguidor de Jesus, vai moldando a sua mentalidade à medida que a
Palavra – Jesus – vai traçando para ele um novo projeto de vida. Um novo projeto de vida para o ano que agora começa! Ouçamos São Paulo: “Não
vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa
maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da
vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é
perfeito” (Rm 12,2). Dessa forma, com nossa vida renovada e
estimulada por um novo projeto, poderemos ser mais autênticas
testemunhas de Jesus neste novo tempo da história!
2. Renovar suas opções fundamentais.
Ou seja: redirecionar para aquele que é “O CAMINHO, a VERDADE e a VIDA”
todos os seus planos para o novo ano. “Opção fundamental” significa
renúncia a tudo o que se mostra como acidental, transitório ou
secundário e, portanto, escolha do que é essencial, isto é, do
seguimento incondicional de Jesus. Renovar nossa opção fundamental é
optar pelo novo. Optar pelas “novas coisas” que Deus quer fazer por nós e conosco: “Eu
lhes darei um só coração e infundirei neles um espírito novo. Extrairei
do seu corpo o coração de pedra e lhes darei um coração de carne, de
modo que andem segundo minhas leis, observem e pratiquem meus preceitos.
Assim, serão meu povo e eu serei o seu Deus” (Ez 11,19-20). Renovar nossa opção fundamental é viver, a cada momento, uma vida nova. “Em
virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a
novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre
disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o
comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e
transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado
nesta vida. A «fé, que atua pelo amor» (Gl 5,6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12,2; Cl 3,9-10; Ef 4,20-29; 2Cor 5,17). São palavras inspiradas do Papa Bento XVI na sua Carta “A Porta da Fé” proclamando o Ano da Fé (cf.PF 6).
3. Renovar ou purificar seu olhar. Iluminados
pela fé, neste ano que começa, procuremos olhar com o olhar de Deus, as
circunstâncias que tecem a realidade de nossa vida. Não há dúvida de
que, apesar de tantas contradições do tempo presente, de tantas
desilusões e, ainda, de tantos desesperos, o cristão, no início do ano,
vê tudo com olhos de esperança. Ao dirigir-se aos Efésios, Paulo suplica
ao Pai que lhes dê o “Espírito da sabedoria e da revelação...” desejando: “Que
ele ilumine os olhos do vosso coração, para que conheçais a esperança à
qual ele vos chama, a riqueza da glória que ele nos dá em herança entre
os santos” (Ef 1, 17-18).
É bom iniciarmos um novo ano, lembrando o Ano da Fé
proclamado por Bento XVI com a Carta “A Porta de Fé” e que, entre
outras oportunas lembranças, assim se expressa no parágrafo 13: “Ao
longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e
consumador da fé» (Hb 12,2): n’Ele encontra plena realização toda a
ânsia e anelo do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama
da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e
a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena
realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do
partilhar conosco a fragilidade humana para a transformar com a força da
sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação,
encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos
da nossa história de salvação”.
Maria, é o primeiro dos “exemplos de fé”
de que fala o Papa. Feliz coincidência, então, começar o ano com a
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Ainda com Bento XVI renovemos
nossa confiança para um novo, abençoado e fecundo 2013: “À Mãe de Deus, proclamada “feliz porque acreditou” (cf.Lc 1,45), confiamos este tempo de graça”!
Concluo
manifestando meu ardente desejo de que, pelos homens e mulheres de boa
vontade em todo o mundo, o espírito do Dia Mundial da Paz e da
Fraternidade Universal comemorado no primeiro dia do ano, possa perdurar durante todo o ano de 2013!
Meu abraço fraterno, com carinho, no amor “D’Aquele que está sentado no trono” e que “disse: “Eis que faço novas todas as coisas”,
Nenhum comentário:
Postar um comentário