sábado, 8 de junho de 2013

Carta Pe. Beraldo mês de Abril de 2013

ARTA MCC BRASIL - ABR 2013 (164ª.)
“Acaso ignorais  que um pouco de fermento leveda a massa toda?
 Lançai fora o velho fermento, para que sejais uma massa nova,
 já que deveis ser sem fermento.
Pois o nosso Cordeiro pascal, Cristo, já está imolado.
Assim, celebremos a festa, não com fermento velho,
 nem com fermento de maldade ou de perversidade,
mas com os pães ázimos da pureza e da verdade” (1Cor 5,6b-8).

Meus amados irmãos e irmãs, “ressuscitados com Cristo”,  à espera de aparecer com Ele, revestidos de glória” (cf.Cl 3,1-4), estejam com vocês a paz e a alegria pascais:

Celebrada com intenso júbilo no último domingo de março, a Páscoa da Ressurreição do Senhor, eis que iniciamos, Povo de Deus da Nova Aliança, um tempo novo; um tempo de “pureza e de verdade”; um tempo de uma “massa nova”, enfim, um tempo de libertação : “Portanto, se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora todo é novo” (2Cor 5,17).
Páscoa, festa do povo da Antiga Aliança, eleito do Senhor: “começo dos meses, o primeiro mês do ano”; festa dos “pães sem fermento”; festa do “cordeiro sem mancha”; passagem do Exterminador ferindo os egípcios dominadores; transposição do Mar Vermelho a pé enxuto, passando da terra da escravidão para a terra onde “corria leite e mel” (cf. Ex 3,8; cap. 11-12). Essa foi a primeira Páscoa, prenúncio da Páscoa Nova, vivida por Cristo, imolado por amor e ressuscitado para a Vida. Definitivamente, este sim, é a nossa Páscoa, a nossa libertação, a nossa alegria e a nossa esperança. Libertação, alegria e esperança para cada um dos seguidores de Jesus e, divinamente providencial, para toda a Igreja, Povo da Nova Aliança com a eleição do Papa Francisco.

1. Páscoa – vida nova - para os seguidores do Ressuscitado. Já não se trata de limites da idade ou de tempo de vida ou de horizontes históricos de uma peregrinação terrena destinada a encerrar-se num dia qualquer. Trata-se de substituir o “fermento velho”, isto é, as motivações que determinam nossas atitudes e nossos comportamentos por outras nascidas e alimentadas pelos critérios e valores do Reino de Deus proclamados e testemunhados por Jesus e expressos no Evangelho. Na citada Carta aos Coríntios São Paulo alude ao “fermento de maldade ou de perversidade”. Cada um de nós, conscientes da nossa vocação de seguidores de Jesus, saberá discernir, à luz de Cristo Ressuscitado, onde estão nossas maldades e malicias!
Com certeza, meus caríssimos, celebrar a Páscoa é lançar fora a “mesmice”, a rotina, a instalação nos comodismos e partir para a vivência da autêntica VIDA NOVA, retomando a caminhada com Jesus e com os homens e mulheres que nos rodeiam e com quem convivemos, retomando com um  novo viço, uma nova determinação nossa vocação missionária, agora e outra vez, ressuscitados com Cristo para a alegria e a esperança de “um novo céu e uma nova terra”... pois, “Ele enxugará toda lágrima dos nossos olhos, onde a morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem, grito, nem dor, porque as coisas anteriores passaram” (cf. Ap 21,1.4).

2. Páscoa – vida nova - para toda a Igreja, Povo de Deus. Num momento de profunda ação de graças a Deus, permitam-me transcrever um pequeno trecho da Carta anterior – a de março  – quando propus breve reflexão sobre a, então, próxima eleição de um novo Pastor para a Igreja Católica: “...quero viver este momento singular na história eclesial como aquele momento “Kairós”, o momento oportuno para a ação do Espírito Santo: “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 6,1-2). “Salvação” no seu sentido de intervenção do mesmo Espírito na vida da Igreja. Santa e providencial coincidência, pois este momento do ano de 2013 será o coroamento da caminhada quaresmal da Igreja-Povo de Deus com a celebração pascal da escolha de um novo Papa por elementos humanos e do envio ao seu povo de um novo Pastor pelo Pastor dos pastores, Jesus de Nazaré!”

E ai está o nosso novo Papa Francisco dando já suficientes sinais em sua pessoa, daquilo que deverá a ser a Igreja Católica sob o seu pastoreio: humilde, sensível, simples, despojada, dinâmica, missionária, solidária... Menos hierárquica e mais fraterna à imitação do Senhor Jesus; menos papa-móvel blindado e mais jipe aberto para descer do pedestal, para poder abraçar, acariciar, condoer-se, para  praticar o conselho de Paulo Apóstolo: “Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Mantende um bom entendimento uns com os outros; não sejais pretenciosos, mas acomodai-vos às coisas humildes. Não vos considereis sábios aos próprios olhos”  (Rm 13,15-16).  Será essa a verdadeira imagem da Igreja com que sonhamos? Mas, se o Papa Francisco, com seu testemunho, assim projeta a Igreja, não nos esqueçamos que ela depende, também, da mudança de nossa mentalidade – “pão ázimo de pureza e de verdade” -, de nossa comprometida participação e viva colaboração.   

Certamente, as palavras dirigidas pelo Papa Francisco aos jovens durante a celebração do Domingo de Ramos, também mostram  outro traço característico de sua personalidade e de sua maneira de ser: a alegria. Ao convocar os jovens para a Jornada Mundial da Juventude ( Julho de 2013, no Rio de Janeiro)  assim ele se expressou: “Abraçada com amor, a cruz de Cristo não leva à tristeza, mas à alegria”. Vós tendes uma parte importante na festa da fé!”  Vós nos  trazeis  a alegria da fé e nos dizeis que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre, mesmo aos 70, 80 anos!  Com Cristo, o coração nunca envelhece!”
Uma vez mais o Espírito Santo está gritando ao Povo de Deus: “Eu vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com inteligência e sabedoria” (Jr 3,15). Traduzida na linguagem da fé, a eleição do Papa Francisco vem  nos ensinar, mais uma vez, que o Espírito de Deus, não estava na mercantilista Bolsa de Apostas de Londres – onde sequer aparecia o nome de um tal Cardeal Bergoglio! - e nem muito menos nas especulações ou nas férteis imaginações de “especialistas em Vaticano” e, sim, estava iluminando os responsáveis para dar à Igreja de hoje e de amanhã um Pastor que irá apascentá-la na simplicidade e na humildade de um novo Francisco!  Estejamos entre aqueles a quem o Mestre chamou de bem-aventurados ‘que creram sem ter visto’ (cf. Jo 20,29). Continuemos a aprofundar a “fé, fundamento daquilo que se espera e demonstração das coisas que não se veem” (cf. Hbreus 11,1). Pois mais do que nunca podemos ter a certeza de que “o pobre, porém, não ficará no eterno esquecimento; nem a esperança dos aflitos será frustrada para sempre” (Salmo 9,19).

Meus caríssimos leitores, irmãos e irmãs no Senhor Ressuscitado: comungando como nosso Pastor Francisco, vivamos intensamente esta nova Páscoa! Uma Páscoa de renovação, de verdadeira ”passagem” do antigo para o novo; uma Páscoa de um novo tempo de Igreja, Corpo de Cristo, dinâmica e missionaria!

Meu abraço fraterno e amigo,
                                                                                       
Pe. José Gilberto BERALDO

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